Casas Ficaram Mais Baratas em Junho

 

Num momento em que se anuncia a subida generalizada do preço do metro quadrado em Portugal, um outro indicador dá conta de uma ligeira descida. Os dados foram recentemente divulgados e são referentes ao desempenho do mercado imobiliário no portal de referência Imovirtual.

O mais recente barómetro indica uma quebra de -0,6% no preço médio de venda a nível nacional entre maio e junho. Vamos olhar para os dados atuais com atenção para considerar se este revela apenas uma pausa naquela que é uma continuada trajetória de crescimento.

Um Ligeiro Alívio em Portugal

O valor médio de venda anunciado neste portal imobiliário online era em junho de 393.542€, um desempenho inferior em -0,6% em relação a maio quando o mesmo valor se situava nos 395.984€.

Neste trajeto descendente destaca-se o distrito de Évora, onde os preços caíram -8,9%. Em igual sentido segue Lisboa, agora com um registo -2,9% inferior ao registado no mês anterior. Os valores alteraram-se de 249.155€ para 226.965€ no caso de Évora e de 640.333€ para 621.977€ em Lisboa.

Realidades díspares, mas seguramente interessantes de seguir para uma melhor compreensão do que o mercado imobiliário poderá trazer ao longo dos próximos meses. Afinal, os valores trimestrais aumentaram em larga medida em vários concelhos do país. Já outros distritos registam quebras em maior ou menor dimensão, conforme indicado de seguida:

  • Um desempenho de -3%, de 111.010€ para 107.702€;
  • Leiria passou de 247.432€ para 247.033€, num registo tangencialmente negativo de -0,2%;
  • Porto verifica uma quebra de -0,6% ao passar de 364.686€ para 362.439€;
  • Vila Real regista -1,1% e desce dos 179.045€ para 177.117€;
  • Viseu vê descer os preços em -0,7% dos 180.952€ para 179.714€.
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A Guarda é, por uma considerável margem, o distrito onde o preço das casas é mais baixo. Apesar da oferta algo limitada, aqueles que priorizem o contacto com a natureza e trabalhem num ambiente remoto podem encontrar aqui uma boa opção de habitação.

O Efeito no Período Homólogo

Se num setor tão complexo como o imobiliário um mês apenas pode fornecer valiosas indicações, é no espaço de um ano que podemos tirar algumas ilações pertinentes. Observando os valores praticados em junho deste ano em relação ao período homólogo, registam-se flutuações bem mais acentuadas.

O crescimento global registado neste período é de 6,7%. A Região Autónoma da Madeira é aquela com o desempenho mais impressionante, onde o valor médio de venda das casas passou dos 354.800€ para 444.885€. Este é um valor 25,4% superior àquele praticado em junho de 2021.

Também Setúbal registou idêntico desempenho, com uma subida de 21,5% dos 296.221€ para os 359.973€.

Évora segue no sentido previamente mencionado, ao registar a maior quebra a nível nacional nos últimos 12 meses. São -15,7% que colocam o outrora valor médio de 269.284€ nos 226.965€.

Arrendamento a Diferentes Velocidades

É no segmento do arrendamento que assistimos às variações mais acentuadas no mercado imobiliário português. Apesar do registo elevado em alguns distritos, no panorama global o arrendamento caiu -5,4% entre maio e junho.

Assim, os valores médios situam-se atualmente nos 1.289€ em vez dos 1.362€. Já o registo homólogo conta-nos uma história diferente. Aqui, o valor aumentou 27,4%. Beja surpreende ao crescer 108,2%, dos 426€ para 887€.

A Guarda, distrito económico na venda, cresceu neste segmento 82,4% ao passar dos 450€ de junho de 2021 para os 821€ este ano. No sentido contrário, apenas Vila Real com -13,8% ao passar dos 428€ para 369€.

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Com o aumento das taxas de juro e os receios de uma recessão global, é pertinente antever que o Inverno não aparenta trazer um clima particularmente otimista. Apesar de tais condicionantes, a realidade dita que o mercado imobiliário português continua a ter uma procura em muito superior à oferta.

Assim sendo e mesmo com algumas restrições ao consumo e poder de compra, é provável que o saldo continue a ser manifestamente positivo para este setor económico em particular.

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